Apresentação didática sobre sensibilidade de ∆EVE e ∆NII em função da carteira de ativos e passivos da instituição.
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Com a entrada do conceito de conglomerado Prudencial, o controle de bancos e demais instituições financeiras ficou mais complexo. O índice de Basileia continua a ser um bom indicador de controle (e risco) para resumir a situação de uma instituição, mas como calculá-lo?
O primeiro detalhe é que, atualmente, não há apenas um único índice como no passado. Hoje há três tipos de índices. Em termos simplificados, há: um geral, um para o capital social e um para o capital social com alguma composição adicional, equivalentes em termos mais técnicos, respectivamente, aos índices para PR RWA (Patrimônio de Referência para RWA), para CP (Capital Principal) e para Capital Complementar (ou Nível 1).
Este índice geral ou índice para PR RWA é o comumente chamado apenas de índice de Basileia ou IB.
Cada um destes índices possui uma referência de limite, como mencionado em https://blog.duxus.com.br/2020/03/16/basileia-x-corona-virus/.
Estas referências de limite tornam simples a análise: se estiver abaixo da referência, sinal de alerta.
Na opção pelo IB, a referência de limite atual é de 9,25%, recentemente reduzida do padrão 10,5% do Brasil em função do COVID-19.
Após a opção pelo IB, o segundo detalhe é determinar o que faz parte do cálculo para compará-lo com a referência de limite.
Basicamente, o IB é uma relação percentual do PR RWA para os ativos de risco ponderados ou RWAs. Em outras palavras, representa uma forma de alavancagem de capital dos bancos e demais instituições.
Estes RWAs representam as posições da carteira das instituições ponderadas por um fator determinado pelo legislador de forma a serem totalizados numa mesma base conceitual numérica.
Fazem parte destes RWA's:
O terceiro detalhe é que, apesar da popularidade do IB, o legislador não controla as instituições financeiras por este índice (nem pelos demais índices). As instituições são controladas por sobras e folgas, ou melhor, por margens.
Nestes cálculos das margens, aparecem outras necessidades de capital que não são exatamente RWA’s mas também limitam as operações das instituições.
Estes outros consumidores de capital são representados pelo:
Os add-ons têm o uso mais recente pelo legislador e representam exigências adicionais a determinadas instituições, normalmente em função da qualidade dos controles.
Sendo assim, a fim de permitir a comparação simples com a referência de limite, tanto o RBAN como os ADDs devem entrar no cálculo e formar o IB ampliado com add-ons ou IBAA.
O detalhe final para o cálculo do IBAA está na necessidade de transformação das ampliações para a mesma base numérica dos RWA’s. Isto de deve ao fato de que os RWA’s são estão multiplicados pelos fatores legais, enquanto a ampliação RBAN e os add-ons não têm os mesmos multiplicadores, pois não há incidência de adicional de capital contracíclico (ACP Contracíclico) sobre eles.
Isto quer dizer que para transformar os detalhes de RBAN e add-ons, devem ser utilizados com o mesmo multiplicador dos RWA’s para que o índice de Basileia ampliado e com add-ons seja comparável com a referência de limite, criando do IBAAx.
Como resultado final, quando a questão for comparação do índice Basileia (implícito ser contra PR para RWA), o cálculo deve ser do IBAAx dado por:
Quando pensar em índice de Basileia, assegure-se que é um IBAAx!
Seria o timing para hedge ou outras estratégias?
Este é o terceiro post relacionado a bancos de spread ou aqueles bancos que operação com captação em empréstimos em fatores de risco e/ou prazos diferentes.
No último post, Banco de Spread - Recall, foi discutido o timing do processo de hedge, bem como apontadas algumas evidências e incertezas. Agora, é hora de refletir novamente sobre o Timing e a Estratégia para o ambiente atual.
Considerando o recall da sugestão anterior, o gráfico atualizado mostra que a taxa de juros, representada pela meta SELIC, continuou a ceder. Isto significa que quem operou no recall, travou as operações em taxas mais alta do que a referência atual. Mas o que houve de lá para cá?
Para entender isso, e desconsiderando o atraso de resposta entre ações macroeconômicas, algumas linhas foram incluídas no gráfico histórico.
Observa-se, pelo gráfico, que o desemprego no país, resultado da baixa atividade econômica, subiu e lá permaneceu. Esse comportamento associado a uma inflação bem-comportada se traduziu na queda da taxa de juros ao longo desse período.
Agora, observando a linha da dívida líquida do setor público federal, também vítima da atividade econômica baixa e de outros “desvios” brasileiros, percebe-se que a equação, em algum momento, vai cobrar seu re-equilíbrio.
Vale ressaltar que não há efeito COVID-19 (ainda) nas informações de desemprego e dívida pública, mas já há na meta SELIC plotada.
O cenário atual ainda indicas muitas incertezas, principalmente por causa da pandemia e das turbulências políticas autoinfligidas pelo governo, mas algumas incertezas passadas viraram certezas hoje:
O timing parece bom.
Se antes a troca de bancos de risco para bancos de spread era muito sugestiva, agora parece quase mandatória. Não só pelo momento, mas pelo que virá depois, com renovações de contratos a taxas mais baixas e captação exposta às oscilações do futuro, prejudicando o resultado futuros das instituições.
Mas, há estratégia igualmente visível, que não apenas o hedge. O poder de todo investidor de organizar o mercado e ajustar tendências e lógica econômica também se apresenta como uma nova forma de agir, isto é, o “não hedge”.
As estratégias de hedge e de “não hedge” representam a mesma ação financeira, mas exigem processos internos bastante distintos.
É importante saber como estruturar este processo...você sabe? Podemos pensar juntos!
BACEN reage à crise e afrouxa exigência de capital para os bancos (e demais instituições financeiras) pelo controle de capital (ACP conservação).
Medida deve permitir empréstimos de médio prazo, com vencimento em até 2 anos.
Valor adicional estimado pode chegar a 10% da carteira de crédito atual dos bancos.
Volume diário médio de janeiro de 2020 com beta de ações do Brasil não mostra volume em ações defensivas.
As cores das bolhas indicam os setores das ações, com tamanho indicando o volume médio diário em janeiro de 2020.
Os círculos representam os intervalos de beta, sendo:
Ações com beta negativo são ações defensivas. A sua ausência de ações deste tipo pode indicar mercado direcionado (de alta neste caso), mas também como potencializar movimentos em direção contrária (de baixa).
Pelo gráfico, no defense.
Com o início da vigência da Circular 3.876 do BACEN, que dispões sobre cálculos necessários para a consideração da parcela de capital necessária a alocação da carteira banking (não negociação), muitas dúvidas surgiram sobre qual parcela de capital a instituição financeira deveria alocar efetivamente.
Neste sentido, apresento a abordagem da função Duxus para RBAN IRRBB.
onde:
Por exemplo, para amoeda de referência BRL, que deve ser adequada para a maioria dasinstituições no Brasil, os valores da equação seriam:
Algumas diretrizesforam adotadas na função proposta. Para compreender estasdiretrizes, a função será dividida em duas partes, considerando amoeda re referência como o BRL:
A função de máximo de 10% da SELIC em relação ao choque em Bp esperado pela instituição visa balizar a oscilação com um patamar mínimo de alteração, mesmo que o cenário econômico interno seja menos agressivo.
Por exemplo, parauma SELIC de 5% e um cenário interno de 25Bp, valeria 50Bp como 10%da SELIC (x 100 para transformar em Bp). O cenário interno x podeser obtido por cenários econômicos ou pela diferença entre taxaspot em 1 ano projetada pela curva de juros pré-fixada contrataxa SELIC na data de cálculo.
A equação acimarepresenta uma ponderação de efeitos entre ΔEVEe ΔNII.
Esta ponderação éimportante pois o ΔEVEreage, normalmente, inversamente proporcional ao ΔNII,pois quanto mais longa a posição, menos ΔNIIe mais ΔEVE. No sentidooposto, quanto mais curto, menos ΔEVEe mais ΔNII. Aponderação pelo duration percebido em cada “delta” deforma oposta visa equilibrar esta correlação inversa.
Em relação aotempo, o ΔNII é umamedição com sensibilidade no primeiro ano apenas, enquanto o ΔEVEtem sensibilidade a todo o prazo das operações.
A fórmula propostapode não ser aplicável a todas as carteiras, em função depeculiaridades de composição, mas pode ser um boa aproximação dasensibilidade real da carteira bancária face às alterações decenários da economia.
Uma forma deverificação da aplicação função seria pela avaliação doimpacto econômico (ou variação do resultado financeiro) dainstituição em períodos com oscilação da taxa referencial damoeda (SELIC, para BRL).
Para isso, éinteressante avaliar os anos, não muito no passado em função dapossível alteração de estratégia comercial da instituição oumesmo de cilos econômicos muito distintos.
De 2014 a 2019, temos vários bons períodos candidatos para backtest.
Muito importante lembra que o ΔEVE e ΔNII não devem ser perseguidos. São eles que nos perseguem