Em post anterior, Bancos de Spread e Bancos de Risco, foram apontadas considerações sobre o processo de transformação de um tipo de banco em outro. Basicamente, a cultura sobre o uso de derivativos.O objetivo, agora, é outro. Discutir sobre o timing.Timing é um componente tão importante quanto a própria decisão pela estratégia em si. É necessário acertar ambos (ou errar pouco no conjunto): timing e estratégia.
Abandonar o perfil de banco de risco, com o padrão de captar num fator de risco e emprestar em outro, é a estratégia.
Decidir quando fazer, é o timing.
O gráfico acima representa o histórico da meta SELIC estabelecida pelo COPOM (COmitê de POlítica Monetária) para controle da inflação. Desconsiderando o descasamento entre a decisão da meta pelo comitê e inflação real, é possível perceber que os patamares atuais da SELIC representam uma segunda oportunidade de timing. Este é o recall.
Comparando as situações econômica de 2013 com 2017, há dados para refletir se estamos num cenário de maior ou menor incerteza. Vale mencionar alguns breves fatos.
Sobre estes breves fatos, vale ainda acrescentar que 2018 é um ano de incertezas políticas grandes, reformar dúbias, inócuas e algumas temerárias.Como talvez alguns concordem, o cenário é de mais do que incerteza. Alguns pontos ainda permanecem obscuros, como o dólar. Está tão estável que convence os discordantes de que a situação não é como os números mostram. O futuro dirá.Para os concordantes, e, novamente desconsiderando o descasamento meta e inflação, a hora é agora. Este é um dos raros momentos do qual nos arrependeremos no futuro se não observarmos. É uma grande oportunidade de alinhamento econômico e estratégico para bancos decididos em reduzir seu risco e virarem bancos de spread.Este recall vale por tempo determinado.
A Élin Duxus é patrocinadora do 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, da B3 (BMF, Bovespa, CETIP), que acontecerá nos dias 24 a 26 de agosto de 2017, em Campos de Jordão, São Paulo.
A Élin Duxus é patrocinadora do 9º Congresso de Fundos de Internacional da Anbima, que acontecerá nos dias 10 e 11 de maio de 2017, na Bienal do Ibirapuera em São Paulo.
Nós fizemos assim. E você?
O perigoso uso de derivativos
Bancos de spread são bancos que trabalham fatores de risco idênticos na captação e nas suas operações de crédito. São normalmente bem equilibrados em termos de duration (prazo) e volume de operações. Podem ou não usar ou não derivativos de forma intensa.Bancos de risco, por outro lado, são os que operam com fatores de risco diferentes. A maioria dos bancos nacionais se enquadra nesta categoria, com captações pós-fixadas e empréstimos pré-fixados. Normalmente, não usam derivativos na sua carteira banking (operações normais de cŕedito).Recentemente, alguns bancos de risco (maioria) começou a se sentir incomodada com as exposições nos fatores pré-fixados, principalmente nas leituras de VaR das suas carteiras banking. A leitura por stress nestes bancos também incomoda muito, pois são muito sensíveis a oscilações pequenas das taxas. A discussão mais frequente para este incômodo passou pelo uso de derivativos para reduzir estas exposições.Quando, então, um banco deve usar derivativos para reduzir o risco da carteira?
Importante ressaltar que este “impedimento” de uso de derivativos para bancos de riscos nada tem a ver com capacitação das equipes. Este “impedimento” tem a ver com a forma de mensuração de resultados destes bancos.Bancos de risco devem primeiro se transformar, inteira ou parcialmente, em bancos de spread. Assim, podem decidir pelo uso ou não de derivativos para hedge e/ou trava de spreads.O uso de derivativos antes da transformação de banco de riscos para banco de spread, costuma ter só dois resultados:1) no caso de ajustes positivos, uma valorização temporária dos membros da equipe2) no caso de ajustes negativos, um cadastro permanente em banco de currículos.